domingo, 27 de abril de 2014

Quando eu vejo

                                         
Quando eu vejo
As borboletas humanas
Voando nos jardins das escolas
Batendo as asas da juventude
Cantando a primavera
Soltando no ar
Os balões de seus sorrisos
Colorindo as calçadas
A alegria me sacode.
Despertado eu sinto que
Existo

Quando eu vejo
Uma moça
Abrindo as janelas de seus olhos
Ao mar de sua vida
Expondo na sala de seu rosto
Os quadros de sua beleza
Pintados com cores atraentes
Na espera de um barco
Para tocar a viagem
Neste agitado oceano da vida
Com as ondas turbulentas
Uma alegria ansiosa me sacode
E eu sinto que
Existo.

Quando eu vejo
Que uma idosa
Tentou desenhar no seu rosto
A imagem de sua juventude
O mistério da vida me sacode
E eu sinto que
Existo

Quando eu vejo
Um homem
Com os pés enfraquecidos e incrustados
Com o brilho tímido dos olhos afundados
Com uma enxada na mão
Mancando no caminho do garimpo do pão
A tristeza me sacode
E eu sinto que
Existo

Quando eu vejo
Uma criança
Sendo balançada na rede carinhosa
Dos braços de uma mãe
Com os sorrisos sinceros
Com os olhares inocentes
Não maculada pelo racismo
Pelo fanatismo ou xenofobia
A alegria de uma esperança
Que essas características
Tomem conta da vida no mundo
Faz-me sentir que eu
Existo

---------------
Autor: Rafi M. P