Saindo de explicações da maioria dos dicionários sobre saudade que dizem, a saudade é "a lembrança triste e suave", e indo para o modo de falar do povo da saudade como: "estou com saudade", "estou com muita saudade", "estou morrendo de saudade", percebemos que o sentimento humano não é um elemento rígido que se estabilize num ponto definido. Ele, dependendo das características da situação e causas, se intensifica e muda constantemente.
Poeticamente falando, a saudade é a manifestação do coração em pranto quando na ausência, por exemplo, da pessoa amada. Dependendo da medida da distância e da duração da ausência a intensidade da tristeza varia.
Em geral, podemos falar de dois tipos de saudade:
- Quando o principal causador da ausência é o tempo.
- Quando o principal causador da ausência é o espaço-distância.
No primeiro caso, existe impossibilidade de encontrar o ausente. Porque tanto o tempo passa, o perdido se mergulha na profundidade do tempo. O desespero acompanha esse tipo de saudade. Ele faz mergulhar o pensamento na conformidade anestésica. Consequentemente, a dor desse tipo de saudade se atenua. Resta um tipo de tristeza crônica, às vezes sem efeito, e só se manifesta nas ocasiões da lembrança. Mas, às vezes disfarçada, ficando no inconsciente, provoca estados depressivos. Parece que a pessoa, querendo se mergulhar na profundidade do tempo, tenta encontrar o seu perdido.
No segundo caso, é a esperança que acompanha a saudade. Mas, sabe-se que o 'esperar', sempre causa inquietação e impaciência. A esperança faz virtualmente reviver as lembranças, atiçando ainda mais a impaciência e a tristeza. Todos esses elementos provocam uma tristeza ativa que atormenta cada vez mais. Nessa situação, se a solidão também estiver presente, uma angústia reforça o tormento, e a dor da tristeza fica insuportável.
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Autor: Rafi M. P.
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